Sucessão familiar e paixão em manter a história viva colocam produção de café em Alpinópolis em destaque

Com uma história que começou a quase 100 anos e chegando na sexta geração, o termo “sucessão familiar”, que tanto falamos na cafeicultura, é a característica número 1 da família de Ariadna Alves, na região de Alpinópolis, carinhosamente conhecida por Ventania, no Sul de Minas Gerais.

A Fazenda Fangueiro, liderada pela primeira vez há algumas décadas por Lázaro de Carvalho Faria um dos pioneiros na produção de café na região deixou para família a paixão na produção, mas também a importância de se ensinar para as novas gerações a grandiosidade que os trabalhos no campo representa.

Além da história com um ar de comédia, que a Aradina contou no seu vídeo de inscrição na premiação da Melhor História de um Agricultor, do Notícias Agrícolas, que a família inclusive conquistou o segundo lugar, colocar em prática os tratos mais tradicionais da cafeicultura aliado às novas práticas e novo posicionamento de marca, tem colocado a produção mineira em outros patamares.

Voltando um pouco na história, Ariadna e Daniel, os pilares da Zaro Café, relembram que Lázaro, além de um dos pioneiros, sempre foi um homem que usou e abusou de uma inteligência ímpar para manter os negócios da família de pé. Na crise de 29, por exemplo, Lázaro foi um dos poucos cafeicultores que não faliu. Com a audácia e sagacidade de quem precisava criar 12 filhos, ele literalmente escondeu algumas sacas de café pela fazenda e fez bons negócios quando o pior da crise passou.

“Zaro, homem trabalhador, empreendedor e de um grande coração, pessoa de fé que deixou muitas marcas e recordações por onde passou, seja na família, comunidade, amigos e colaboradores”, conta a família em sua apresentação sobre uma história de 100 anos, mas que nos mostra estar apenas começando.

Enquanto Daniel cresceu na fazenda de café, Ariadna com quem é casado há 15 anos e tem três filhos, ela que agora é a cara da Zaro Cafés, se encontrou no universo da cafeicultura durante a pandemia da Covid-19. Dona de uma tradicional loja da cidade há quase 20 anos, com as portas fechadas, se viu tendo que aprender a fazer outras atividades e passou a participar da rotina da fazenda.

Durante um bate-papo nos altos da montanha e observando o sol se por, Ariadna contou que acompanhando mais de perto a produção da família, percebeu também que o café era diferenciado, de qualidade e com aromas que poderiam abrir uma nova oportunidade de negócios.

“Se você me perguntar o que o café tem diferente aqui, é que ele só tem café. É feito com muita dedicação e carinho, tomamos muito cuidado para que quem for tomar o café, tenha a experiência de tomar um café com sabor de verdade”, afirma.

A ideia da família, com a marca oficial que nasceu há quase dois anos é compartilhar com o consumidor que é possível tomar café de qualidade e que há tipos de café para todos os gostos. Mas, da porteira para dentro, o grande trunfo da família é ver que os filhos se interessam de alguma forma pelo agronegócio café.

João Pedro, o caçula de 13 anos, é o mais apaixonado pela produção. Tímido, mas com palavras firmes: “eu quero ficar na fazenda, na lavoura, virando café”. O filho acompanha o pai por todas as etapas da safra, do início ao fim, e traz as características que quase sempre vemos entre os cafeicultores: os olhos brilhando olhando para a própria lavoura e coração cheio quando vai falar do dia a dia no campo.

“Eu gosto de fazer café, ué. Ficar na lavoura, né? Rodar café, saber todos os processos. Minha parte preferida é durante a safra, eu quero dar continuar com o trabalho do papai”, explica.

Já as meninas, Letícia de 16 anos, Maria Paula com 14, acompanham os trabalhos da mãe na divulgação da marca, nas ações pensadas para as redes sociais e participação em feiras. “É muito importante que eles conheçam hoje o nosso trabalho. Mesmo que eles mudem de ideia lá frente, hoje colocamos todos eles para participar porque eles precisam entender todo o processo de trabalho que nossa família tem. Isso é muito importante e nos enche de orgulho também”, finaliza Ariadna.

Fonte: Notícias Agrícolas